domingo, 26 de agosto de 2012

Peleleca.

Hoje é dia de Maria já dizia a minissérie. Sorria você está sendo amada já dizia o elevador.. nas citações te vejo, nas situações eu penso e digo o que é meu e de mim vem.
As nuvens se vão, só vejo o sol e ele me aquece e revelando o que era sombra mostra a totalidade, as cores  o branco o escuro, o verde. Só quando tem luz é que se pode caminhar e não tropeçar, meu caminho se faz em busca de um sorriso seu, por ele vale a pena lutar, lutar?? não é luta é a mais pura inspiração e levidade, um balão que mais leve que o ar sobe e chega aos céus. Não preciso que faça nada para mim, nunca precisou e agora não tem nuvens.. não preciso plantar, larguei a roça fui a cidade voltei e os girassóis continuam lindos, não faço força alguma não cultivo, não depende de mim, está bem, eu aceito é a minha roça, eu amo ela. Quero ver seu sorriso de novo, não porque preciso, afinal nada muda. Não tem poesia, o poeta é bom quando sofre, mas quando sorri, parece que não tem graça, a graça tá em nao ter graça em nao ter rima, é leve não marca, não pesa não sofre, talvez isso seja amor, o brilho que ilumina e nao ofusca. ofusca vc ja tem ofusca? Caminhe, levante a cabeça, enxugue as lagrimas e viva, lembre-se de mandar seu convite de casamento.. eu acredito no casamento, o matrimonio é a certeza da incerteza, o risco maior, las vesgas a capital da aposta, las vesgas a capital do estrabismo, las vesgas a capital do riso, las vesgas o matrimonio o risco e o amor, las vesgas case lá e parta para uma casa de madeira.. se quiser nao me convide, mas deixe a janela da igreja aberta, quero ve-la de noiva, quero ver os votos e o beijo, voce merece tudo isso na mais tenra promessa, voce merece a eternidade, eternize o momento.. eternite sua casa ja dizia o bom pedreiro, cubra do sol da chuva, vou deixar lenha na sua porta no inverno bater e sair correndo, estarei a um passo de ti, estou na distancia do seu abraço e eu amo te amar !!



terça-feira, 21 de agosto de 2012

Polenta.

Quanto paga nesse doutô ?? 
-5 réus.. 
-me veja um daquele ali tambem.. 
-o que é aquilo?? 
-é feito de amendoim..
Pessoas circulavam, e ele empurrava o carrinho, a roda cheia de cabelo e pó grunhia a cada giro.. uns se aproximavam olhavam, pegavam um pedaço e pagavam, outros só olhavam, pra outros ele não vendia.. a rapidez era marca desse negocio, tal como a satisfação, aos que pegando um pedaço aqui logo ja se aproximavam de outro carrinho para matar seu desejo.. desejo este nebuloso e impulsivo.. ao fim do dia com o carrinho vazio o vendedor retornava a casa, abrindo a geladeira e a despensa pegava aquilo que no fogo e em varias panelas se tornaria util, saboroso.. não, nao precisava ser saboroso, ninguem estava interessado no gosto.. a unica necessidade era consistencia, para encher a barriga.. tudo no fogo, tudo esfriando, tudo pronto, tudo em pedaços... entao o sol gira a fechadura e o vendedor sai as ruas.. o negocio é a troca, o negocio é o acumulo do pouco, de grao em grao.. a tentativa da saciedade se faz em migalhas, de carrinho em carrinho, de troco e troca.. a mao que pegava a moeda pegava a comida que ia pra boca, a boca aberta mastiga engole engasga gospe e engole... fecho os olhos ja nao me agrada ver mais isso, o comercio é asco futil e sujo... 
Chuto o carrinho, e os pedaços voando encontram o chao , ali é seu lar o pedaço é pisado por pés humanos... caminho e me deparo a uma garota sentada, seu corpo fino esta envolto a um vestido preto com bolinhas, seus olhos redondo tranquilos como o de uma coruja alcançam os meus.. sinto um rebuliço, uma inquietaçao, um desejo..
-voce esta magra.. percebo que esta faminta .. pq nao come??
-estou descobrindo com o que quero me alimentar, só quem tem fome sabe do que precisa para comer..
Aquilo ecoou dentro de mim, aquele olhar, aquela fome.. vou pra casa decidido, abro a porta nem a fecho nao há tempo.. na despensa pego tudo o que quero, na forma asso tudo o que sinto, na frigidera frito tudo que tenho.. esta pronto para ser servido.. com o prato completo e as 2 mão carrego comigo tudo o que fiz, nao é para vender, a plena comida é dada, oferecida e desejada.. em encontro a ela me coloco de joelhos e pergunto ao seu ouvido..
-o que vc quer comer??
-polenta, ela responde..
descubro o prato e a menina coruja sorri, ela então come se alegra e sacia !!