sexta-feira, 6 de julho de 2012

Girassol

Conta-se a história de um lenhador, um jovem lenhador que nunca se cansava e nunca descansava e amante do seu trabalho o fazia sorrindo.. numa tarde qualquer voltava do bosque satisfeito com a lenha conseguida, habitualmente trilhava um caminho para sua casa mas neste dia decidiu voltar por outro lugar.. caminhava cantarolando sua habitual canção de retorno, sua canção de regresso, sua canção de progresso, sua canção tão e somente sua de palavras e assobios mais assobios do que palavras.. sua boca num impeto movimento cessara a canção pois seus olhos se deterão num imenso jardim repleto de flores, o sol tímido e preguiçoso colocava-se a dormir na linha do horizonte, no meio deste jardim uma flor se destacava, não por sua altura nem pelo seu tamanho mas sim pela sua estonteante beleza que em suas vividas cores alegram e entretêm aos que por ali passam.. o jovem lenhador agora encantado coloca sua lenha no chão e ajeitando-as arquiteta um simplório banquinho, senta-se e contempla o belo girassol no seu inclinar a despedir-se do gigante de luz.. o sol se faz muito fraco agora e a bela flor inclina-se no pouco que lhe resta da sua luz..
O lenhador irradiado decide por levar a majestosa flor a sua casa, com seu machado racha a lenha construindo um vaso e ajuntando um pouco de terra cria um novo lar ao belo girassol.. com orgulho caminha e segurando nas mãos sua mais bela aquisição, chegando em casa o jovem arrasta a mesa ao centro da sala de modo a posicionar sua flor em baixo da lampada.. com alegria pega seu chimarrão e senta-se em frente dela satisfeito em vê-la tão viva e tão vistosa.. muito tempo se passa e sua satisfação é a mesma.. do lado de sua casa um carro de som passa convidando aos ouvintes para uma peça de teatro, o jovem levanta-se apronta-se apaga a luz e sai de casa caminha senta e assiste a encenação levanta caminha e retorna a casa.. chegando ao seu acalentoso lar acende a luz e percebe que sua flor está murcha.. desesperado corre em sua direção e tirando do vaso toma-a em suas mãos e olhando de perto sua fragilidade e sequidão se arrepende profundamente de ter apagado a luz e num profundo silencio chora.. suas lagrimas percorrem seu rosto e pingam sobre sua amada.. seus olhar percorre todo seu corpo aguardando qualquer sinal que denote esperança da sua flor reerguer seu caule e recuperar a vividez de suas cores !!



Nenhum comentário:

Postar um comentário